• Decolonizando o pós-colonial? Patrimônios em disputa

    Congresso Internacional Projeto ECHOES

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    Decolonizando o pós-colonial? Patrimônios em disputa

Decolonizando o pós-colonial? Patrimônios em disputa

Online - 14 de Abril 2021 – 16 de Abril 2021

Uma organização ECHOES - UNRIO/CES-UC/Aahrus University

Acesso à conferência online (utilize os mesmos dados usados para inscrição)

Participação Gratuita, com inscrição obrigatória

Apresentação

Com a pergunta Decolonizando o pós-colonial? espera-se provocar o debate em torno de questões sensíveis sobre os legados coloniais em contextos pós-coloniais, seja ele na Europa ou em áreas historicamente colonizadas. Serão discutidas as práticas e materialidades de tais legados, os processos de patrimonialização e atribuição de valores, seus usos e apropriações em escalas locais e globais.

Neste congresso, o projeto ECHOES debruça-se sobre os seguintes temas e consequentes desafios:

A pluralidade desses legados e suas reinvenções por grupos diversificados social, étnica e culturalmente, com o intuito de evidenciar e problematizar processos de invisibilização e silenciamentos;

As formas, linguagens e estratégias promovidas por processos de descolonização de patrimônios coloniais que têm levado à conquista de direitos, reparações e emancipações;

Os patrimônios em disputa e as guerras de memórias que envolvem diferentes agentes e agências, e apresentam-se em diferentes escalas, ritmos e tempos.

Duas noções são chave nesse debate: patrimônio como um conceito-ação ancorado na História; decolonialidade como prática, isto é, como atitude cujo movimento requer a compreensão de formas alternativas de produzir e validar conhecimentos. São assim apresentados olhares e saberes de naturezas variadas – forjados nos movimentos sociais, em ativismos e na ciência – capazes de produzir conhecimentos e colaborar com processos de patrimonialização decoloniais. Busca-se, acima de tudo, analisar as múltiplas formas através das quais as práticas decoloniais podem construir pontes e confrontar os racismos e os preconceitos subjacentes ao legado colonial presente.

No Brasil, o legado colonial - que é também presença - reafirma-se em diversos momentos desde a independência do país em 1822, passando pela abolição da escravidão em 1888. Seus efeitos perduram ainda hoje na forma de um racismo estrutural. O Rio de Janeiro, que sedia este evento, e Lisboa são cidades portuárias entrelaçadas pela história da difícil e recorrentemente silenciada herança do tráfico de africanos/as escravizados/as. É objetivo deste Congresso debater alguns dos confrontos e dilemas coloniais que circunscrevem estas e outras realidades analisadas no âmbito do projeto ECHOES e perceber como dialogam com esses patrimônios e memórias em movimento.

Financiado pela União Europeia (European Union’s Horizon 2020 research and innovation programme, grant agreement Nº 770248), o projeto ECHOES envolve seis universidades europeias e uma universidade brasileira, uma chinesa e uma sul africana, que agregam um grupo interdisciplinar de investigadores/as, que estarão presentes nas mesas redondas do Congresso. Dentre as Universidades participantes estão a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Unirio - com a parceria do Museu Histórico Nacional, associada ao Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, CES-UC , organizadoras deste evento.

O congresso contará com conferências, sessões especiais e mesas redondas, que abordarão territorialidades e temáticas diversificadas, tais como: Museus e Práticas Decoloniais; Cidades, Patrimonialização e Descolonização; Cidadania e Movimentos Sociais e Artísticos; Diplomacia Científica e Patrimônio Colonial; e Políticas Públicas de Patrimônio Decoloniais.

Tradução Simultânea

Informamos que haverá tradução simultânea PT-EN e EN-PT.

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Certificado

Os certificados serão dados mediante assistência de 60% da conferência.

Oradores

Aline Montenegro

 

 

Aline Montenegro

 

Aline Montenegro Magalhães é historiadora, mestre e doutora em História (PPGHIS/UFRJ), com pós-doutorado em Museologia. Pesquisadora no Museu Histórico Nacional (Rio de Janeiro, Brasil), docente no curso de mba de gestão de museus da Universidade Cândido Mendes (UCAM) e professora credenciada no Mestrado Profissional em Ensino de História (ProfHistória/ Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO). É líder do Grupo de Estudos certificado no CNPq "Escritas da História em museus: objetos, narrativas e temporalidades" e integra o Grupo de Estudos sobre Políticas de Patrimônio Cultural, da UNIRIO. Integra o Projeto ECHOES junto à UNIRIO e é cofundadora do blog Exporvisões

Alissandra Cummins

 

 

Alissandra Cummins

 

Alissandra Cummins é presentemente diretora do Barbados Museum & Historical Society e Presidente da Barbados National Art Gallery. Teve, anteriormente, avarias posições de relevo: Presidente – Conselho Executivo, UNESCO (2012-2013); Presidente - Comité Consultivo Internacional do Programa Memória do Mundo da UNESCO  2007-2009;  Vice-Presidente - World Heritage Committee (2008-2011);  Presidente – Conselho Internacionald e Museus (ICOM), 2004 – 2010; Presidente – Comité Intergovernamental para Promover a Devolução de Bens Culturais ao seu País de Origem ou sua Restituição em Caso de Apropriação Ilícita da UNESCO (ICPRCP) (2003-2005); Vice President - Commonwealth Association of Museums (CAM) 1992-1998. 

Alissandra Cummins atualmente atua como Vice-Presidente - Conselho, Coalizão Internacional de Sítios de Consciência e Membro - Conselho Consultivo, Rede Internacional do Projeto Rota dos Escravos.

O seu trabalho conquistou reconhecimento nacional e internacional, incluindo uma bolsa da Associação de Museus do Reino Unido (1993), a Coroa de Mérito de Ouro de Barbados (2005), Ordem Real do Sahametrei do Camboja (2013). Em 2017, foi designada membro honorário Cowrie Circle do CAM, bem como membro honorário do ICOM.

Ana Lira

Artista

 

Ana Lira

Artista

Ana Lira é artista visual, fotógrafa, curadora, radio host, escritora e editora baseada em Recife (PE - Brasil). É especialista em teoria e crítica de cultura. Observa a (in)visibilidade como forma de poder e dedica atenção a dinâmicas envolvendo sensibilidades cotidianas. Sua prática é baseada em processos coletivos e parcerias, tendo trabalhado com eles por mais de duas décadas. Nestas iniciativas dedica-se a fortalecer práticas colaborativas de criação que observam as entrelinhas das relações de poder que afetam nosso processo de comunicação, as articulações do cotidiano e a forma como produzimos conhecimento no mundo. Exibiu trabalhos em diferentes locais, como na Bienal do Mercosul e na 31ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo. Participou do programa de residência da Delfina Foundation/Instituto Incluzartis, no Rio de Janeiro (2020) e em Londres (2019). Publicou nas revistas Omenelick 2º Ato, Outros Críticos e Continente; no jornal Nossa Voz (Casa do Povo, São Paulo) e reflexões para os catálogos das exposições À Nordeste (2019), Como (falar de) coisas que não existem: um livro a partir da 31a Bienal de São Paulo (Serralves, 2016). Desenvolveu ainda o relato de processo coletivo Política Pública, publicado no Contemporary Journal (Nottingham Contemporary, 2020), como contribuição da articulação Amò, sobre o projeto de mesmo nome. Entre publicações de artistas, foi editora de Cordão, de Eduardo Queiroga; Buenos Aires, Brasil, de Josivan Rodrigues; e co-editora e orientadora de Para Levantar As Forças, de Cecília Urioste.

Andréa Bak

 

 

Andréa Bak

 

 

Boaventura de Sousa Santos

 

 

Boaventura de Sousa Santos

 

Boaventura de Sousa Santos nasceu em Coimbra, a 15 de Novembro de 1940. É Doutorado em Sociologia do Direito pela Universidade de Yale (1973) e Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Distinguished Legal Scholar da Universidade de Wisconsin-Madison. Foi também Global Legal Scholar da Universidade de Warwick e Professor Visitante do Birkbeck College da Universidade de Londres. É Director Emérito do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e Coordenador Científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa. De 2011 a 2016, dirigiu o projecto de investigação ALICE - Espelhos estranhos, lições imprevistas: definindo para a Europa um novo modo de partilhar as experiências o mundo, um projecto financiado pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC), um dos mais prestigiados e competitivos financiamentos internacionais para a investigação científica de excelência em espaço europeu. Tem escrito e publicado extensivamente nas áreas de sociologia do direito, sociologia política, epistemologia, estudos pós-coloniais, e sobre os temas dos movimentos sociais, globalização, democracia participativa, reforma do Estado, direitos humanos, com trabalho de campo realizado em Portugal, Brasil, Colômbia, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Bolívia e Equador. Os seus trabalhos encontram-se traduzidos em espanhol, inglês, italiano, francês, alemão, chinês, romeno, dinamarquês e polaco.

Britta Timm Knudsen

 

 

Britta Timm Knudsen

 

Britta Timm Knudsen é professora de Cultura, Media e Economia da Experiência na Aarhus University, Dinamarca. A sua investigação concentra-se no património difícil, estudos de afeto e eventos, turismo e média social. Britta publicou extensivamente sobre locais históricos difíceis e como são vivenciados e co-produzidos por públicos através de diferentes meios de comunicação. Ela também é uma académica proeminente no campo da teoria e metodologia do afeto e publicou a monografia (2015) Global Media, Biopolitics and Affect: Politicizing Body Vulnerability. Routledge (coautor Stage, C), bem como (2015) Affective Methodologies, Palgrave (com Stage, C). Enquanto líder do WP em ECHOES, Britta  é co-editora da edição especial da Revista Heritage & Society intitulada Decolonising European Colonial Heritage in Urban Spaces. Co-autora (2018) de Affective Politics and Colonial Heritage, Rhodes Must fall at UCT e Oxford (com Andersen, C), no International Journal of Heritage Studies https://doi.org/10.1080/13527258.2018.1481134 and Affective Infrastructures of Re-emergence? Exploring Modalities of heritage Practices in Nantes (com Kølvraa, C.) (2021) Taylor & Francis Online, Open Access  Affective Infrastructures of Re-emergence? Exploring Modalities of Heritage Practices in Nantes. Britta é co-editora do livro Decolonizing Colonial Heritage: New Agendas, Actors and Practices in and beyond Europe (com Oldfield, J, Buettner, L. e Zabunyan, E. (a ser publicado), Routledge, Museum and Heritage Studies series. E autora de Decolonial Countervisuality com Sorana Munsya, Laini Lusalusa e Stephanie Cillingwoode Williams em Decolonizing Colonial Heritage: New Agendas, Actors and Practices in and beyond Europe.  
 

Carla Fernandes

 

 

Carla Fernandes

 

Carla Fernandes nasceu em Angola e cresceu em Portugal. Depois de cursar Tradução, mudou-se para a Alemanha para integrar a equipe editorial em português para a África da Rádio Deutsche Welle, onde trabalhou na produção de reportagens e rádio novelas. Atualmente atua como jornalista, produtora de rádio freelance, blogueira e agente cultural. Criou o podcast "Rádio Afrolis” onde aborda questões relacionadas a comunidades afrodescendentes que vivem em Lisboa e é presidente de uma associação (Afrolis) com o mesmo objetivo. Co-autora e organizadora da coletânea de poesia "Djidiu a Herança do Ouvido". 

Cláudio de Paula Honorato

Pesquisador/professor

 

Cláudio de Paula Honorato

Pesquisador/professor

Historiador, coordenador do curso de Pós-graduação lato sensu  em História da África e pesquisador do Núcleo de Pesquisa do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos — IPN, na Gamboa, Rio de Janeiro.

Débora Ambrósia

 

 

Débora Ambrósia

 

 

Elizabeth Buettner

 

 

Elizabeth Buettner

 

Elizabeth Buettner é Professora de História Moderna na Universidade de Amsterdão desde 2014. A suas publicações abrangem trabalhos sobre a Grã-Bretanha e a Índia imperial tardia e as memórias do “Raj” na Grã-Bretanha pós-colonial, nomeadamente Empire Families: Britons and Late Imperial India (Oxford University Press, 2004); a sua investigação mais recente têm-se focado em migrações pós-coloniais, multiculturalismo e memórias do império na Grã-Bretanha e outos estados da Europa Ocidental. Após o seu livro Europe after Empire: Decolonization, Society, and Culture ser publicado pela Cambridge University Press em 2016, a sua investigação estendeu-se para as histórias entrelaçadas da Europa pós-colonial e a integração europeia.

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